Chegamos aos momentos decisivos da campanha. Lutamos contra uma máquina de propaganda que gastou, para promover o governo, 430 milhões de reais. Por isso, visitamos hospitais, percorremos emergências superlotadas para ver, não só a decadência das instalações. Mas para encontrar, também, gente esperando atendimento, gente esperando maca, gente esperando cama, gente esperando operação… Esperando. Muitas vezes, acordamos de madrugada para compartilhar o cotidiano dos trabalhadores do estado. Viajamos de trem, de barca, de ônibus e de metrô, para compreender que o sistema de transportes do Rio de Janeiro não é o sistema de transportes que os cariocas e fluminenses merecem. No campo da Educação, não foi preciso ir muito longe. O próprio Ministério mostrou que o Rio de Janeiro, segunda potência econômica do país, é o penúltimo lugar, na frente apenas do Piauí em ensino médio. Além do mais, perdemos 14,7 por cento de matrículas! O dobro da média nacional! Andamos por muitas comunidades. Algumas com UPPs. Outras, dominadas por grupos armados. Mostramos, ao longo desse período, que as UPPs não são tudo. Há muitas lacunas. Lacunas, por exemplo, com a dissolução do Batalhão Ferroviário, que cuidava de 250 quilômetros de trilhos. Também lacunas na proteção ao cidadão nas ruas. Só na Baixada Fluminense, ao longo desses quatro anos, o número de furtos de rua cresceu 89 por cento! A política de segurança do Rio de Janeiro não é planejada para o estado em conjunto. Com isso, nós temos inúmeros desequilíbrios. Uma comunidade com muitos soldados tomando conta, uma cidade como Nova Iguaçu sem um batalhão policial.Mas a nossa campanha apresentou também inúmeras propostas. No campo do transporte, barcas para São Gonçalo, recuperar a conexão de barcas com Magé, construir estradas de ferro que vão até Petrópolis. Na Saúde, propusemos a recuperação dos hospitais, um melhor salário para os funcionários, que ganham muito pouco. Como, aliás, ganham pouco também os policiais do Rio de Janeiro. Algumas conquistas esta campanha já tem a seu favor. Apresentamos o Jardim Catarina, o maior bairro da América Latina, com 250 mil pessoas, esquecido pelo governo. Agora, nas vésperas das eleições, o governo decide realizar um projeto de saneamento básico de 177 milhões.Percorremos as estradas da Baixada Fluminense, mostrando como estão destruídas. Numa delas, filmamos. E agora, voltamos e o governo está lá com as suas máquinas, na véspera das eleições, tentando consertá-la.Um colégio, em Belford Roxo, que estava há 3 anos esperando obras, assim que apareceu no nosso programa começou a receber as obras. Esses fatos mostram a importância de uma campanha de oposição numa sociedade bombardeada pela propaganda do governo. Alguma coisa conseguimos. Agora, está nas suas mãos a decisão final.Em que mundo você vive? O da propaganda do governo ou no mundo real? Viver na realidade é melhor, porque podemos modificá-la. Essa é a história das eleições em 2010. Agradeço aos que me trouxeram até aqui e peço apoio para chegarmos ao segundo turno. E aí sim, substituir a fantasia do governo pela realidade das mudanças no Rio de Janeiro.
Fernando Gabeira
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